Dor na coluna, Dor Ciática Lombalgia
A lombalgia ou lumbago não é uma doença, é apenas o sintoma ou um tipo de dor que pode ter várias causas. Vejamos, também o vídeo: COMO FAZER MASSAGEM
INTRODUÇÃO
A dor é um dos sintomas subjetivos mais frequentes e significativos no corpo.
Toda dor é desagradável e pode ser apenas um dos sintomas de uma das mais variadas doenças possíveis, algumas graves, sendo, sempre, um indicativo relevante de que é necessária uma adequada e precoce avaliação de um profissional devidamente habilitado para realizar o diagnóstico e tratamento apropriados.
LOMBALGIA
A lombalgia ou lumbago não é uma doença, é apenas o sintoma ou um tipo de dor que pode ter várias causas. Então, podemos entender lombalgia, como sendo um quadro de dor, com ou sem rigidez, localizada na região inferior do dorso, em uma área situada entre o último arco costal e a prega glútea.
Desde eras remotas, ainda hoje as dores lombares constituem sério problema médico, tanto no que diz respeito a sua fisiopatologia, como ao seu tratamento.
Um estudo realizado nos Estados Unidos mostrou que é gasto cerca de 20 bilhões de dólares por ano com este tipo de tratamento, sendo uma das maiores responsáveis por faltas ao trabalho, com muitas repercussões econômicas.
Outros estudos médicos mostram que até 90% dos adultos apresentarão um episódio de dor lombar durante sua vida, sendo que até 55% das pessoas apresentaram uma crise de dor no último ano!
A dor lombar ou lombalgia é um dos maiores motivos de afastamento do trabalho, equiparada só para a cefaleia, o resfriado e as viroses.
São mais frequentes após a quarta década de vida, em especial após os 60 anos de idade. Estima-se que 80% da população mundial sofrerá lombalgia em algum momento de sua vida. A lombalgia é considerada como a principal causa de incapacidade em indivíduos abaixo de 45 anos e a segunda causa mais frequente de procura por assistência de saúde em decorrência de doenças crônicas.
LOCALIZAÇÃO
O segmento lombar da coluna vertebral é a parte mais baixa da coluna, abrange desde o trajeto dorsolombar (D12 – L1) até a lombossacra (L5 – S1).
CAUSAS
As maiores causas da dor lombar são desconhecidas. Podem se originar de insatisfação laboral, obesidade, hábito de fumar, sedentarismo, síndromes depressivas, fatores genéticos e antropológicos, hérnia de disco e a alteração do eixo da coluna, reumatismo e artrose, infecção, tumores, alterações climáticas, modificação na pressão atmosférica, realização de trabalhos pesados e repetitivos, e outros. Excetuando-se os processos traumáticos, as doenças lombares não ocorrem abruptamente, mas sim de maneira crônica, às vezes com início assintomático.
CARACTERÍSTICAS DA DOR
As dores lombares podem acometer pessoas de ambos os sexos, de todas as idades, podendo variar de leves, chegando a ser confundidas com dores abdominais ou pélvicas, até muito intensas, como em alguns casos em que pode ocorrer a sensação de um “travamento” que impossibilita sentar ou ficar em pé e até dificultando a respiração um pouco mais profunda.
Até 90% das crises de lombalgia pode ser um evento isolado e auto limitado, de remissão espontânea, não se repetindo posteriormente, se resolvendo em no máximo em 4-7 semanas.
Estima-se que entre 1% a 3% dos quadros de lombalgia acabem por exigir procedimento cirúrgico, em algum momento.
Lombalgia aguda ocorre quando é um evento isolado, um acometimento repentino, como o que aparece depois de um esforço físico exagerado, uma queda ou um “mau jeito”, um entorse ou contusão por exemplo, durando de poucos dias a poucas semanas.
No entanto, 60% das pessoas com lombalgia podem apresentar uma nova crise em até 2 anos.
A lombalgia crônica acomete cerca de 20% das pessoas que sofreram de lombalgia aguda em algum momento. Se prolonga para além de quatro meses, rebelde aos tratamentos, podendo se arrastar por um longo tempo, com períodos de alguma melhora, voltando a reagudizar quase espontaneamente, de forma quase nunca associada a atividade física de exigência. Assim, novas crises podem se apresentar cada vez mais frequentes, com maior intensidade da dor e impondo progressiva limitação funcional até a incapacidade física.
Nos casos crônicos, existem pessoas que acham que a única alternativa seja acostumar-se com o quadro instalado, porém, com o tratamento adequado pode-se melhorar em muito a qualidade de vida.
DOR CIÁTICA OU CIATALGIA
INTRODUÇÃO
O nervo ciático é responsável pelo movimento dos músculos e sensibilidade desde a lombar, glúteos e membros inferiores, sem o qual não poderíamos nos locomover. Muitas vezes o termo ciática é confundido com uma dor nas costas. Ciática é o nome dado à dor no trajeto do nervo ciático, normalmente precedida por quadros de dores lombares tratados ou não. A dor que acomete o ciático geralmente ocorre a partir de uma raiz nervosa comprimida na porção inferior da coluna lombar (por exemplo, por uma hérnia discal).
A dor ciática, ou ciatalgia ocorre de forma intermitente ou persistente, pungente, na parte inferior das costas, na linha da coluna, percorre o quadril, glúteos, podendo se irradiar para a parte de trás da coxa, parte mais baixa das pernas, podendo ser acompanhada ou não de deficit motor e/ou alterações neuro sensoriais, como a diminuição da sensibilidade periférica ao longo do seu trajeto, amortecimento e formigamento nos últimos dedos e na lateral do pé correspondente, dificuldade para a coordenação motora, apresentando reação positiva ao levantar o membro inferior afetado. Pode ser uni ou bilateral.
A dor ciática ou lombociatalgia se divide em ciática primária e secundária: a primária é causada, geralmente pela agressão do Vento-Umidade-Frio e ciática secundária é causada pelos fatores mecânicos que tem a origem nos tecidos vizinhos aos nervos espinhais, por exemplo, a hérnia do disco da vértebra lombar, tumores na coluna vertebral, tuberculose e afecções nas articulações intervertebrais ou sacroilíacas, afecção da pelve ou lesões dos tecidos moles da região sacral.
Muitas são as causas da dor ao longo do segmento paravertebral. Com o tratamento adequado podemos erradicar as causas de algumas; em relação a outras, podemos reduzir tanto os sintomas que nem haverá diferença se compararmos com outras pessoas que não sofrem deste mal. Porém, quando mal cuidada, pode piorar drásticamente, prejudicando a qualidade de vida, podendo chegar a impedir a realização de tarefas cotidianas comuns de mínima exigencia física, reduzindo coordenação motora, equilíbrio, mobilidade.
ACUPUNTURA NAS LOMBALGIAS E CIATALGIAS
A acupuntura, sendo uma prática milenar da medicina chinesa é uma das formas mais antigas de terapia, tem como objetivo recuperar o equilíbrio interno e as funções do organismo.
Os antigos chineses estabeleceram uma série de considerações sobre a Natureza e a origem da Vida, procurando transpor os princípios e as leis que regem a Natureza para a fisiologia do Homem.
Inúmeras citações de relevância na área científica até o momento reconhecem a Acupuntura como sendo uma arte terapêutica cada vez mais usada por milhões de brasileiros, com excelentes resultados para quase todos os sofrimentos e patologias, sobretudo para o tratamento da dor e das desordens psicoemocionais, segue consolidando espaço e aceitação no meio científico.
Constam documentados casos de pacientes com dores lombares com e sem irradiação relatados, há milênios, no livro Hoang Ti Nei Ching - Livro de Medicina Interna do Imperador Amarelo.
Trabalhos e pesquisas recentes demonstram que a Acupuntura apresenta grande eficácia no tratamento conservador, evitando as complicações decorrentes da evolução da patologia.
Relatório da Organização Mundial de Saúde (1978) reconhece o método de agulhamento como uma prática eficaz.
FATORES DESENCADEANTES
De modo geral os fatores que favorecem uma pessoa apresentar lombalgia ou ciatalgia inicial ou suas recidivas incluem, postura errada na posição sentada; flexão frequente e perda da magnitude de movimento em extensão, fadiga muscular e as posições equivocadas ao apanhar pesos. A irregularidade no tratamento ou tratamento mal orientado também são causas de resultados insatisfatórios e recidivas.
ABORDAGEM DA ACUPUNTURA
Para Maciocia, G. (1996), a dor ciática e a dores nas costas em geral, inclusive a hérnia de disco, compartilham da mesma etiologia, patologia e tratamento. Refere que as condições patológicas mais comuns para esse tipo de afecção são: retenção de Frio e Umidade, Estagnação de Qi e Sangue devido a esforço excessivo e Deficiência do Rim. A área inferior das costas é intensamente influenciada pelos Meridianos da Bexiga e do Rim. A região lombar é energizada pelo Shen (Rins), pelo Canal de Energia Curioso Du Mai (Vaso Governador), pelo Canal de Energia Principal do Pangguang (Bexiga) e pelos Pontos Shu do dorso dos órgãos e vísceras.
A dor sempre tem causa num transtorno caracterizado pela estagnação ou obstrução do fluxo de Energia, impedindo que a Energia e o Sangue circulem normalmente, lhes impondo, assim, deficiência, insuficiência.
Quando existe uma deficiência instalada, surge a condição básica para que haja alterações energéticas, funcionais e orgânicas na área de abrangência do(s) meridiano(s) acometido(s).
O Rim controla a água e com a deficiência de Essência do mesmo, os discos intervertebrais sofrem desidratação, achatamento e degeneração e como consequência os espaços intervertebrais diminuem e os foramens também diminuem de diâmetro devido às aproximações dos corpos vertebrais.
A dor lombar apresenta-se como uma síndrome de deficiência de Yin e então há excesso de Yang, que compreende as síndromes superficiais de excesso e calor.
A dor que piora, depois de repouso e melhora depois de exercício leve é devido a deficiência simultânea de Qi (energia) e de Xue (sangue). Quando é devido a deficiência do Qi, a dor é pior no final do dia, ou depois de atividade intensa. A dor decorrente de deficiência do sangue tende a ser pior à noite.
A lombalgia, na ciência oriental, pode ser atribuída ao clima Vento, Frio e Úmido.
As distensões e as contusões lombares prejudicam a circulação de energia e de sangue ocasionando a estagnação de sangue que conduz à desarmonia dos Canais e dos Colaterais promovendo a dor lombar. O excesso de ato sexual prejudica o Qi dos Rins, consumindo a Essência e levando à fraqueza dos Rins, o que causa a dor lombar.
O inverno pode ser uma estação em que se dá o surgimento da dor com muita habitualidade, mesmo que não seja tão frio o inverno brasileiro, mas é suficiente para propiciar a contratura muscular involuntária desta área já sensível onde ainda ocorre menor irrigação de sangue, já que os vasos sanguíneos também se contraem oferecendo menor aporte de sangue. Esta estação é ainda mais impiedosa com idosos que mais sofrem com lombalgia e dor ciática.
PONTOS EM COMUM
Ao se falar em lombalgia e ciatalgia, que significam do ponto de vista etimológico, respectivamente, dor na lombar e dor no ciático, fala-se de quadros quase sempre atrelados entre si, sendo transtornos de causas e tratamento similares, do ponto de vista geral, pela acupuntura, dependendo de adequação terapêutica, baseada na anamnese e exame físico realizados a partir dos princípios da Tradição Chinesa, que definirão o desenho do Planejamento Terapêutico mais adequado.
TRATAMENTO COM ACUPUNTURA
O diagnóstico energético é realizado com observação de sinais e alterações de cor nas áreas de dor para estabelecer se as causas são internas ou externas, exame físico para identificar sinais na face e nos trajetos e locais de dor quanto a temperatura e tensão, interrogatório para estabelecer características e fatores de melhora e piora da dor, palpação a fim de identificar os meridianos envolvidos e pontos Ah Shi, pulso avaliando as 12 posições para elucidar as interações entre os elementos envolvidos, e língua para avaliar as síndromes de deficiências e excessos nos diferentes sistemas relacionados e identificar os fatores perversos envolvidos.
No tratamento tradicional para a ciática e lombalgia geralmente envolvem o aquecimento do yang do rim, dissipando frio, limpando a umidade (geralmente revigorando a função do baço), resolver os complexos de vento frio, úmido.
Segundo estudo de casos de lombalgia e ciática tratados no Espaço Terapêutico Fu Hsi – Jundiaí/SP, os seguintes pontos foram os mais frequentemente utilizados:
PONTOS: -30VB, 45B, 54B (ag. ou sangria), 23B, 25B, 32B, 34VB, 62B, 65B, 50B, 60B, 27B (ag;m), 31B, 33B, 34B, 51B, 42B. 48B (ag; m), 32VB, 37VB, 3VG, 46B, 29 VB, 57 B, 39 VB, 4VG, 3ID, 2R, 36E, 44E, 4IG, 2BP, 7C, 14VG.
A determinação de quais pontos a serem utilizados e seu efetivo sequenciamento, se a técnica será de tonificação, sedação ou harmonização, com sangria ou moxa, qual a profundidade das agulhas, tempo de duração e intervalo entre sessões dependerão do planejamento terapêutico.
Na nossa opinião qualquer cartilha ou receita de pontos para tratar doenças é um crasso equívoco contra toda a tradição ancestral dos sábios mestres orientais, revelando incontestável incompetência na formação do profissional que se utiliza deste precedente.
Cada caso deve ser avaliado em sua singularidade, suas especificidades, com base nos recursos diagnósticos exclusivos da Medicina Tradicional Chinesa arquimilenar.
ESTÃO INDICADOS AINDA:
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Alongamento. Evitar permanecer longos períodos numa única posição física;
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Abster-se de atividades físicas exigentes e de impactos físicos, no período da dor, quando estão indicados repouso e dormir em posição fetal;
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Indicada Hidroginástica e hidroterapia (em piscina aquecida, no inverno);
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Helioterapia e Hidrotermoterapia (aplicação de calor úmido sobre a área de dor);
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Massagem: shiatsu, tui na. Fricção com óleo essencial mentol-canforado;
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Quiropraxia;
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Caminhada, ciclismo, musculação na ausência da dor;
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Prefira dormir em um colchão nem muito duro e nem muito mole, mas, firme e alinhado.;
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mulheres devem evitar salto fino e alto por longo tempo, ou calçados sem salto. Experimente andar com os pés descalço sobre areia, grama, pedriscos;
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Não tome medicamentos sem a orientação de seu médico
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